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arine-chan é uma arquiteta que curte comer bem, dormir bem e ama seus amigos e sua família. gosta de um seriado na tv, fazer compras, cozinhar e tem uma preguiça maior que o mundo de fazer faxina. seu lema é: pra que arrumar a cama de manhã se você vai desarrumá-la a noite?

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Para refletir...

Outro dia fui buscar meu carro que tinha deixado pra lavar.


Quando cheguei no lava-rápido, tinha um cara que eu imagino que tivesse aproximadamente 40 anos, chegou num carrão, de terno e gravata, e parecia que tinha ido pagar a lavagem do carro de outra pessoa, não entendi se era o filho dele ou o irmão.

O diálogo, se é que se pode chamar isso de diálogo, se deu entre o dito cujo e o menino que ajuda na lavagem, pois o dono do estabelecimento não se encontrava no local.

Cliente: - Êpa, que amassado é esse aqui na traseira?

Menino que lava os carros: - sei disso aí não.

Cliente: - Isso aqui não tava desse jeito.

Menino que lava os carros: - Claro que tava, não aconteceu nada aqui não.

(homem surtado ligando pro dono do carro: “ooow fulano, tem um amassado aqui na traseira, já tava assim? O que?? não tava?”) – ô moleque, não tinha esse amassado aqui antes não!

Menino que lava os carros: “véi, não foi a gente que fez isso não”

Cliente: você sabe com quem você ta falando? Que “véi” o quê! Você vai ver só!! (e mais vários palavrões que graças a Deus eu não vou conseguir me lembrar agora)

Menino que lava carros começa a ficar nervoso e vai pros fundos.

Eu vou atrás do outro menino, pago a lavagem do meu carro e saio, não gosto de ver esse tipo de briga.

Hoje, quase um mês depois (com meu carro imundo, coitado), volto lá e o dono do lava-rápido me pede desculpas pelo outro dia, pelo cliente surtado e tal. E me conta que o cara, delegado da polícia federal, ainda chutou o moleque no peito e ele rolou no chão. E que ainda sacou um revólver. E que quando ele chegou, conseguiu mostrar pro cliente que o amassado não poderia ter sido feito ali, porque era num local acima do para-choques, e deve ter sido feito por um objeto pontiagudo, ou uma bicicleta no prédio onde ele mora, qualquer coisa. E que depois o tal cliente reconheceu que o dono do lava-rápido tinha razão.

Fiquei pensando. Tem gente que acha que pode tudo: pode ser mal educado, pode ser estúpido, pode xingar as pessoas, pode sacar um revolver na cara de um menino pobre. Só porque é delegado da receita federal. E depois de ver que errou, ainda sair sem pedir desculpas. Isso só acontece no meu país?